Governadores do Nordeste reagem a Zema

Governador de Minas Gerais disse que o Nordeste é uma "vaquinha" que produz pouco no País
Hérlon Moraes Hérlon Moraes

E foi no Twitter, a rede social onde se discute o Brasil em vários temas, principalmente o político, que veio a reação forte dos governadores do Nordeste às declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). A maioria dos chefes de estado da região repudiou a fala do mineiro que, em entrevista ao Estadão, disse que o Nordeste é uma “vaquinha” que produz pouco. Zema defende a criação de uma frente de estados do Sul e Sudeste para atuar no Congresso Nacional e evitar perdas econômicas para as duas regiões. A frente também tem objetivo político e o principal deles é frear as vitórias do Nordeste em eleições presidenciais.


Inimigo da federação brasileira

A reação mais forte veio do governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), que foi claro ao afirmar que Zema revela-se “o maior inimigo da federação brasileira” com essa postura separatista. Para o petista, esse é o momento em que o Brasil mais precisa de união. “Quem apostar contra a união do povo brasileiro vai perder”, disse.

Rafael Fonteles
Governador do Piauí, Rafael Fonteles. Foto: Divulgação

Maranhão também

O vizinho estado do Maranhão também se manifestou. O governador Carlos Brandão (PSB) ressaltou que o Brasil é um país gigante onde todos os estados e regiões têm importante contribuição na economia, na cultura e em diversas outras áreas. “Ódio e divisão não tornarão o país melhor. Somente a união é capaz de garantir o progresso e a qualidade de vida para todos”, declarou.

Carlos Brandão
Governador do Maranhão, Carlos Brandão. Foto: Divulgação

Posições claramente politiqueiras

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), pediu respeito ao Nordeste. Disse que Brasil próspero e justo é Brasil unido. No mesmo tom foi Paulo Dantas (MDB), de Alagoas. “Segregação nunca será a resposta”, afirmou. Fábio Mitidieri (PSD), de Sergipe, foi mais longe e disse que posições claramente politiqueiras e com viés nas eleições de 2026 devem ser repudiadas. “Manifestações separatistas são um desserviço”, declarou.

Governadores
Governadora Fátima Bezerra (RN) e os governadores Paulo Dantas (AL) e Fábio Mitidieri (SE). Fotos: Divulgação

Parte da solução do país

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), destacou que o Nordeste é parte da solução do País e deve receber atenção nas discussões federativas por tanto tempo de descaso e indiferença. “Nossos pleitos não vão além do que é justo diante de uma construção histórica tão conhecida. Não construiremos o Brasil que sonhamos com mais desigualdade”, disparou. Jerônimo Rodrigues (PT), da Bahia, ressaltou que “não existe eles e nós” e que para o país dar certo, é preciso união entre os estados. “Não devemos perder tempo com narrativas segregadoras”, afirmou.

Raquel e Jerônimo
Governadora Raquel Lyra (PE) e governador Jerônimo Rodrigues (BA). Foto: Divulgação

Consórcio Nordeste também reagiu

A resposta sincronizada dos governantes da região veio por meio do Consórcio Nordeste, que é presidido pelo governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB). Em nota, o Consórcio negou que a união dos estados nordestinos tenha cunho separatista e disse que a fala de Zema cria um “tensionamento” com as regiões Norte e Nordeste. Para o Consórcio Nordeste, não se trata de uma guerra entre estados, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento.

João Azevêdo
Governador João Azevêdo (PB), presidente do Consórcio Nordeste. Foto: Divulgação
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