- PF investiga ligação entre facções criminosas e vereadora de Teresina
- Campanha de Tatiana Medeiros teria sido bancada com dinheiro ilícito
- Servidores da Câmara são afastados por decisão da Justiça Eleitoral
A Polícia Federal cumpriu três mandados judiciais em Teresina, nesta segunda-feira (14), em nova fase da Operação Escudo Eleitoral, que apura o financiamento ilícito de campanhas por facções criminosas nas eleições de 2024. A ação resultou no afastamento de servidores ligados à vereadora Tatiana Medeiros (PSB).
A Polícia Federal cumpriu três mandados judiciais nesta segunda-feira (14), em Teresina, como parte da Operação Escudo Eleitoral, que investiga o uso de dinheiro de facções criminosas e desvios de uma ONG para financiar a campanha da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) nas eleições de 2024.
O Que Aconteceu
- Mandados judiciais cumpridos: Na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Federal cumpriu três mandados judiciais como parte da Operação Escudo Eleitoral, que apura a atuação de facções criminosas nas eleições de 2024. As ordens judiciais incluíram medidas de afastamento de cargos públicos e restrições de acesso à Câmara Municipal de Teresina, além da proibição de contato entre os alvos e outros servidores do legislativo de Teresina.
- Servidores ligados à vereadora Tatiana Medeiros: As medidas judiciais atingiram servidores que ocupavam funções de confiança na estrutura da Câmara, como o cargo de Assessor Especial da Presidência e Assessores Parlamentares, todos com vínculos diretos com a vereadora Tatiana Medeiros (PSB). A parlamentar foi presa no dia 3 de abril, durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral.

- Investigação aponta uso de dinheiro de facção criminosa: As investigações revelaram indícios de que a campanha eleitoral da vereadora em 2024 foi financiada com recursos oriundos de facções criminosas. Parte desses valores também teria sido desviada a organização não governamental (ONG) Vamos Juntos, configurando possível crime de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A apuração busca rastrear os caminhos do dinheiro e identificar outros envolvidos no suposto esquema.
- Operação Escudo Eleitoral combate crime organizado na política: Deflagrada em etapas, a Operação Escudo Eleitoral tem como foco o enfraquecimento da atuação de facções criminosas no processo democrático. A investigação teve início após a identificação de indícios da presença de grupos criminosos estruturados em campanhas eleitorais no estado, especialmente no município de Teresina. O trabalho conta com o apoio do Ministério Público Eleitoral e de outras instituições de controle.
- TRE-PI vai julgar habeas corpus: A defesa da vereadora recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) com um pedido de habeas corpus. A alegação é de que a prisão é desproporcional, já que a parlamentar é ré primária, tem residência fixa em Teresina e não oferece risco às testemunhas ou ao processo. O julgamento do pedido será nesta segunda-feira (14).
- Mensagens nos celulares: A Polícia Federal recuperou mensagens deletadas do WhatsApp que revelam uma discussão entre a vereadora Tatiana Medeiros e seu namorado, Alandilson Cardoso Passos. Nos diálogos, Alandilson revela que gastou mais de R$ 1 milhão na eleição de Tatiana em 2024. Ela promete quitar a dívida, afirmando que venderia seu carro. O inquérito afirma que os recursos usados na campanha têm origem em facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas no Piauí.

- Instituto suspenso: De acordo com a investigação, o Instituto Vamos Juntos, liderado por Tatiana, teria sido utilizado para lavagem de dinheiro e viabilização de recursos ilícitos na campanha de 2024. O juiz responsável pelo caso determinou a suspensão imediata das atividades do Instituto Vamos Juntos e impediu que a organização receba novos aportes de recursos.
- Afastamento do PSB: Na última segunda-feira (31), Tatiana Medeiros foi afastada do cargo de secretária geral do PSB. Ela chegou a afirmar que o afastamento foi “ditatorial” sem possibilidade de ampla defesa, contraditório e a presunção de inocência e prometeu recorrer à Executiva Nacional do PSB.
- Fotos: 2ª fase da Operação Escudo Eleitoral da Polícia Federal





