- Justiça do Piauí mantém prisão da vereadora Tatiana Medeiros, investigada pela PF
- Pedido de liberdade foi negado por risco à ordem pública e à instrução do processo
- Defesa ingressou com habeas corpus no TRE-PI, que será analisado na segunda (14)
A Justiça do Piauí manteve a prisão preventiva da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), suspeita de compra de votos e uso de dinheiro ilícito na campanha de 2024. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (10) pelo juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, que negou a substituição por medidas cautelares e destacou o risco à ordem pública e à instrução criminal. O caso segue em análise pelo TRE-PI.
O Que Aconteceu
- Vereadora Tatiana Medeiros segue presa: A parlamentar está presa desde o dia 4 de abril no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí . Ela é alvo de uma investigação da Polícia Federal por supostos crimes eleitorais, incluindo compra de votos e uso de recursos ilegais na campanha de 2024.
- Justiça rejeita pedido de liberdade provisória: O juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, do 1º Juízo das Garantias, negou o pedido da defesa para revogação da prisão. A solicitação havia sido feita na audiência de custódia, com proposta de substituição da prisão por medidas cautelares alternativas. No entanto, o magistrado entendeu que apenas a prisão garantiria a ordem pública e a aplicação da lei penal.
- Risco à instrução do processo foi considerado na decisão: Em sua decisão, o juiz argumentou que mesmo sem crime com violência, as ações atribuídas à vereadora representam alto grau de reprovabilidade. Segundo ele, a liberdade de Tatiana poderia comprometer a apuração dos fatos e o andamento da investigação.
- OAB-PI autorizada a acompanhar o processo: Por ser advogada, Tatiana terá as prerrogativas acompanhadas pela OAB-PI, apesar do parecer contrário do Ministério Público Eleitoral, que sustenta que os atos investigados não têm ligação direta com o exercício da advocacia.
- TRE-PI deve julgar habeas corpus: A defesa da vereadora recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) com um pedido de habeas corpus. A alegação é de que a prisão é desproporcional, já que a parlamentar é ré primária, tem residência fixa em Teresina e não oferece risco às testemunhas ou ao processo. O julgamento do pedido será na próxima segunda-feira (14).
- Mensagens nos celulares: A Polícia Federal recuperou mensagens deletadas do WhatsApp que revelam uma discussão entre a vereadora Tatiana Medeiros e seu namorado, Alandilson Cardoso Passos. Nos diálogos, Alandilson revela que gastou mais de R$ 1 milhão na eleição de Tatiana em 2024. Ela promete quitar a dívida, afirmando que venderia seu carro. O inquérito afirma que os recursos usados na campanha têm origem em facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas no Piauí.
- Instituto suspenso: De acordo com a investigação, o Instituto Vamos Juntos, liderado por Tatiana, teria sido utilizado para lavagem de dinheiro e viabilização de recursos ilícitos na campanha de 2024. O juiz responsável pelo caso determinou a suspensão imediata das atividades do Instituto Vamos Juntos e impediu que a organização receba novos aportes de recursos.
- Afastamento do PSB: Na última segunda-feira (31), Tatiana Medeiros foi afastada do cargo de secretária geral do PSB. Ela chegou a afirmar que o afastamento foi “ditatorial” sem possibilidade de ampla defesa, contraditório e a presunção de inocência e prometeu recorrer à Executiva Nacional do PSB.
- Fotos: 2ª fase da Operação Escudo Eleitoral da Polícia Federal
