Médicos apontam demanda impossível de ser atendida no Piauí

Ananias Ribeiro Ananias Ribeiro

O médico Itapuan Damásio de Sousa, presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí (Sotipi), e o vice Igor Denizarde Bacelar Marques enviaram neste sábado, dia 20, ofício ao secretário estadual de Saúde, Florentino Neto, apontando que a demanda por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes graves, tanto da rede pública como privada, chegou a níveis impossíveis de serem atendidos no Piauí.


“Faltam leitos, equipamentos, profissionais e insumos. Já temos relatos de hospitais com falta de analgésicos e sedativos e com o risco real de faltar outros insumos essenciais tais como oxigênio”, diz, em nota, a Sotipi.

A entidade aponta q dificuldade para tratamento de pacientes graves com Covid-19 que apresentam disfunções múltiplas de forma simultânea exigindo cuidados especializados. “A mortalidade destes casos em leitos emergenciais é estarrecedora e chega a 80%. E não! Não é apenas pela gravidade da doença! Em centros médicos onde a equipe é especializada e os cuidados são adequados a mortalidade relatada desses pacientes encontra-se entre 20-30%”, completa a nota da Sotipi.

A entidade afirma que mesmo o acréscimo de leitos, equipamentos e insumos, sem que se tenha equipes capacitadas para o atendimento destes pacientes, não será capaz de diminuir a mortalidade. “Infelizmente, não temos mais profissionais e não temos como formar intensivistas de forma emergencial. Também não podemos esperar vacinação eficaz em pouco tempo”, destaca o Sotipi.

“Nós, profissionais de saúde, estamos fazendo a nossa parte. Colocamos a própria vida em risco de forma diuturna e incansável, mas isso não basta! Precisamos que a população tenha consciência, responsabilidade e que os gestores públicos tenham a coragem necessária para as ações emergenciais essenciais para o controle da crise sanitária instalada em nosso estado”, completa o Sotipi.

A entidade aponta que para que estes pacientes tenham chance de sobreviver é preciso sair da situação de colapso da saúde. O índice de transmissibilidade precisa ser controlado de forma enérgica e imediata evitando mortes desnecessárias. Reforçamos aqui o pleito de medidas restritivas mais rígidas já realizado e oficializado pelos conselhos de classes dos profissionais de saúde (CRM, COREN, CREFITO) em conjunto com a OAB.

“O momento exige Responsabilidade, Coragem e Ação! E é isto que clamamos a todos! Que todos possam fazer a sua parte”, destaca o Sotipi.

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Jornalista e acadêmico de Direito. Editor do portal PI24h. Foi repórter do Portal AZ, 180 Graus e editor do Portal Meio Norte. Editor de política do Jornal Meio Norte. Apresentador e comentarista de política na Rede Meio Norte.

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