Petrobras confirma 10 casos de assédio e importunação até 2022

A empresa recebeu 81 denúncias recebidas no período de 2019 a 2022
Juliana Barros Juliana Barros

A Petrobras, empresa estatal de petróleo e gás, confirmou a ocorrência de 10 casos de assédio sexual e importunação sexual, dentre um total de 81 denúncias recebidas no período de 2019 a 2022. Essas denúncias vieram à tona após relatos feitos por funcionárias da empresa durante uma entrevista à GloboNews. Como resultado, em abril deste ano, a Petrobras iniciou uma avaliação detalhada dos casos reportados à ouvidoria desde 2019, centralizando as investigações nessa área.

Após cerca de dois meses de investigação, a empresa concluiu a análise de 80 casos, exceto por uma apuração ainda em andamento. Desses, a Petrobras afirma ter comprovado total ou parcialmente os fatos relatados em dez deles, o que corresponde a 12,34% do total de denúncias registradas na ouvidoria.

A Petrobras informou que, em cinco dos casos confirmados, ocorreram demissões dos envolvidos. Nos demais casos, dependendo da gravidade dos fatos comprovados, foram tomadas medidas disciplinares, como suspensões e providências administrativas. Algumas dessas medidas incluíram o afastamento do assediador do convívio da vítima, com transferência para outro setor ou unidade. No entanto, a empresa não divulgou os locais específicos onde ocorreram os casos.

Durante o período de abril a junho deste ano, a Petrobras registrou mais quatro denúncias de assédio, sendo duas em 2023, uma em 2022 e outra sem identificação de ano específico. Além disso, foram relatadas outras 15 denúncias de importunação sexual, sendo sete em 2023, sete de períodos anteriores e uma sem data identificada. Atualmente, esses casos estão em processo de apuração.

Mário Spinelli, diretor de governança da Petrobras, destacou que “o assédio sexual envolve uma conscientização de todos os envolvidos, de todos os níveis da companhia”. Ele ressaltou que o tema tem sido amplamente debatido dentro da empresa. Desde abril, um grupo de trabalho tem se dedicado a criar um ambiente acolhedor para as vítimas, oferecendo suporte psicológico, mesmo quando não há formalização de denúncias.

De acordo com o Sindipetro-RJ, o sindicato dos petroleiros do Rio de Janeiro, apenas 17% dos funcionários da Petrobras são mulheres, sendo que nas refinarias essa proporção é ainda menor.

Compartilhar

Últimas Notícias

Mais Lidas

Mais Notícias