- Juíza Gláucia Macêdo se afasta do caso Tatiana Medeiros por foro íntimo
- TRE-PI designa nova magistrada, Júnia Fialho, para continuar processo eleitoral
- Justiça reconhece atuação protagonista de facção criminosa e mantém prisões
O presidente do TRE-PI, desembargador Sebastião Ribeiro Martins, designou a juíza Júnia Maria Bezerra Fialho para assumir o processo da vereadora Tatiana Medeiros, que está presa desde o dia 3 de abril por suspeita de envolvimento com organização criminosa e crimes eleitorais. A antiga juíza do caso se afastou por foro íntimo.
O Que Aconteceu
- Afastamento por foro íntimo: A juíza Gláucia Mendes de Macêdo, da 98ª Zona Eleitoral de Teresina, responsável pelo processo que apura o suposto envolvimento da vereadora Tatiana Medeiros com uma facção criminosa, deixou a condução do caso por motivos de foro íntimo.
- Nova magistrada designada pelo TRE-PI: Diante do afastamento, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) designou a juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral, para continuar os trabalhos no processo que envolve, além de Tatiana, outros oito denunciados.
- Decisão que reconhece estrutura criminosa e mantém prisões: Antes de se afastar, Gláucia Macêdo reconheceu que a denúncia do Ministério Público apresenta uma “narrativa robusta” sobre o funcionamento de uma estrutura hierarquizada e funcional, com atuação direta dos acusados.
- Prisões mantidas: A magistrada Gláucia Macêdo também manteve as prisões, validando a legalidade das medidas e determinando que órgãos como a Receita Federal, a Câmara Municipal de Teresina e o Ministério Público Estadual fossem oficialmente comunicados.
- Próximos passos do processo: Os réus, incluindo Tatiana Medeiros, têm agora 10 dias para apresentar suas defesas. A expectativa é que, após esse prazo, seja marcada a audiência de instrução e julgamento.
- Celular entregue pela mãe: Em depoimento formal, Maria Odélia, mãe da vereadora, afirmou ter levado pessoalmente um iPhone 16 Pro Max até a sala onde Tatiana está custodiada, descartando a participação de policiais ou advogados. A explicação difere da versão anterior, dada pela própria vereadora, que havia atribuído a entrega do aparelho a um advogado.

- Motivação foi preocupação com crises psicológicas: A mãe da parlamentar relatou que Tatiana vinha sofrendo episódios recorrentes de crises emocionais durante sua permanência na cela e que já teria enfrentado seis crises anteriores no QCG. A entrega do celular, segundo ela, foi pensada como uma forma de manter um canal direto de socorro, caso ocorresse uma emergência de saúde.
- Tatiana está presa por diversos crimes: A vereadora está presa preventivamente desde abril sob acusações de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção eleitoral, organização criminosa e ligação com facção. Ela é alvo da Operação Escudo Eleitoral, conduzida pela Justiça Eleitoral e Polícia Federal.
- Alta médica no HPM: A vereadora Tatiana Medeiros recebeu alta médica na manhã desta sexta-feira (23) do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Teresina, e foi reconduzida à sala de estado-maior no Quartel do Comando Geral (QCG), da Polícia Militar do Piauí. Ela estava internada após desmaiar diante do uso excessivo de medicamentos e foi diagnosticada com sintomas depressivos.
- Internação no HUT: Tatiana Medeiros foi hospitalizada na quarta-feira (21), após um episódio de uso excessivo de remédio para pressão arterial, ainda enquanto estava presa no Quartel do Comando Geral (QCG). Ela recebeu atendimento emergencial no HUT, onde passou por avaliação médica, em seguida foi transferida para o Hospital da Polícia Militar (HPM).
- Ré na Justiça: A vereadora Tatiana Medeiros e mais oito pessoas, entre elas familiares e funcionários da ONG Vamos Juntos, viraram réus na Justiça Eleitoral por organização criminosa, corrupção eleitoral e outros crimes. A decisão é da juíza Gláucia Mendes, da 98ª Zona Eleitoral de Teresina, que também manteve as prisões preventivas da parlamentar e do companheiro Alandilson Cardoso.
- Decisão do TSE mantém prisão: Nesta quarta-feira (20), o ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral, se recusou a analisar o mérito do habeas corpus apresentado pela defesa da vereadora. Em sua decisão, o ministro destacou que o caso ainda não foi analisado pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), e por isso devolveu os autos ao tribunal estadual, que deve julgar o recurso. Com isso, Tatiana permanece presa no QCG.