Delegada Eugênia Villa recebe Diploma Bertha Lutz no Senado

Eugênia Villa foi a primeira delegada do país e a primeira piauiense a receber o prêmio.
Redação PI24h Redação PI24h
  • O prêmio foi entregue nesta quinta-feira (7), no Senado
  • Premiação foi criada em 2001 e Villa é a primeira piauiense a recebê-lo
  • Ela é autora de obras contra o feminicídio

A delegada da Polícia Civil Eugênia Villa foi homenageada na manhã desta quinta-feira (7) com o Diploma Bertha Lutz, em sessão solene realizada no plenário do Senado Federal em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.


O prêmio foi criado em 2001 para homenagear personalidades que se destacaram na luta pelos direitos da mulher e em questões de gênero no Brasil. Eugênia foi a primeira delegada do país e a primeira piauiense a receber o prêmio.

Ao receber a honraria das mãos da senadora piauiense Jussara Lima, ela reafirmou a magnitude do prêmio Berta Lutz. “Ele é muito significativo, porque é conferido a mulheres que tenham dedicado, contribuído, tem relevantes contribuições à defesa dos direitos da mulher e das questões de gênero. E, para mim, foi muito significante porque a temática do Senado Federal, do prêmio Berta Lutz, dessa adição, se deu a respeito do feminicídio”, disse.

Eugênia Villa ressaltou a importância da temática diante de um cenário onde as mulheres continuam sendo as maiores vítimas de violência doméstica. “O silêncio fortalece o feminicídio, então isso para mim foi muito significativo porque toda a minha vida acadêmica e as implementações das políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, desde que eu tomei posse como delegada de polícia, que me deparei com o fato da violência contra a mulher, elas dizem respeito ao feminicídio, a morte de mulheres. Então isso foi muito relevante para mim, porque representa o coroamento de tudo o que eu pude realizar na minha atividade acadêmica, na minha vida como pesquisadora, como delegada, como ativista e como gestora, então é o reconhecimento”, completou.

Autoria

A delegada também é autora da obra “Circuito do feminicídio: o silêncio murado do assassinato de mulheres” e entre suas principais ações estão: a criação da primeira delegacia de investigação de feminicídios do Brasil, em 2015, em Teresina, e de um aplicativo de celular pelo qual vítimas podem pedir socorro à polícia acionando um “botão de pânico”, o Salve Maria que encontra-se atualmente disponível nas lojas de aplicativo Apple Store e Google Store.

E nós completamos, hoje, nove anos da criação da primeira delegacia do feminicídio do Brasil. E fomos nós que criamos, foi o Piauí. Então, não é mera coincidência esse prêmio ser no dia que foi publicado e que nós demos posse a Tânia Miranda, na titularidade, como primeira delegada do feminicídio do Brasil e do Piauí. Então, com a nossa coragem, o nosso pioneirismo, no Piauí, hoje, podemos dizer que nós fizemos história e que nós, então, agora, deixamos um legado para as mulheres piauienses”, finalizou.

Quem foi Bertha Lutz

A bióloga e advogada paulista Bertha Maria Julia Lutz foi uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX. Aprovada em concurso para pesquisadora e professora do Museu Nacional em 1919, tornou-se a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no Brasil. Teve contato com o movimento feminista ao estudar na Europa. No retorno ao Brasil, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Uma das principais bandeiras levantadas por Bertha Lutz na época era garantir às mulheres o direito de votar e de ser votada. Isso só ocorreu em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte. Bertha Lutz foi eleita suplente para a Câmara dos Deputados em 1934. Em 1936 assumiu o mandato de deputada, que durou pouco mais de um ano. Ela faleceu em 1976, no Rio de Janeiro.

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