Piauí melhora, mas segue entre piores na coleta de lixo no Brasil

Maranhão, Acre e Piauí lideram o ranking na parte de baixo.
Renato Rodrigues Renato Rodrigues
  • Apesar do aumento, Piauí ainda está na parte de baixo
  • Estado também figura top-3 de municípios sem banheiro exclusivo
  • Por outro lado, Piauí tem a maior população em residências (95,6%)

O Censo 2022: característica dos domicílios, divulgado nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os serviços de coleta de lixo beneficiavam 90,9% dos brasileiros direta ou indiretamente em 2022. No Piauí, um dos estados com a menor proporção de coleta em 2022, este percentual subiu de 60,1% para 73,4%.


A pesquisa demonstrou que 82,5% dos moradores no país têm seus resíduos sólidos coletados direta ou indiretamente por serviço de limpeza. De acordo com o censo, 8,4% dos brasileiros precisa depositar seu lixo em uma caçamba para recolhimento posterior. A diferença subiu de 76,4% para 85,8% entre os Censos de 2000 e 2010 e agora chegou a 90,9% em 2022.

“As unidades da federação que têm menor proporção de coleta em 2022, como Piauí, Acre e Maranhão tiveram bastante elevação de 2010 para 2022. O Maranhão, por exemplo, foi o estado que mais elevou a proporção da população atendida por coleta de lixo”, afirmou o pesquisador do IBGE Bruno Perez.

No Maranhão, estado com a menor taxa registrada, o censo mostrou a mudança de 53,5% para 69,8%, enquanto no Acre a diferença passou de 71,2% para 75,9%.

Coleta de Lixo
Coleta de lixo em São Raimundo Nonato. Foto: Divulgação

Entre os 9,1% que não têm acesso à coleta de lixo, pelo menos 7,9% precisam recorrer à queima de resíduos em suas propriedades; 0,3% enterram em sua propriedade, 0,6% jogam em terrenos baldios ou áreas públicas e 0,3% dão outro destino.

Domicílios como pelo menos um banheiro exclusivo

Segundo o estudo, Acre, Maranhão e Piauí, apesar de apresentarem certo crescimento, permanecem com alguns dos piores índices. Ainda de acordo com o IBGE, enquanto 97, 8% da população habitava em domicílios com pelo menos um banheiro exclusivo, o Piauí aparece na faixa dos 367 mil domicílios sem o cômodo, aonde residem 1,2 milhão de pessoas, o equivalente a 0,6% da população brasileira, com 5,0%. Maranhão e Acre aparecem com 3,8% cada.

Em 24 municípios brasileiros a proporção da população com pelo menos um banheiro exclusivo era inferior a 50%. A região sudeste aparece com os maiores índices em todos os âmbitos da pesquisa divulgada.

Situação de precariedade no acesso ao saneamento básico tem raça como fator determinante

De acordo com o censo, em 2022, as faixas etárias mais jovens apresentaram maior incidência de situação de precariedade. Na população entre 0 a 4 anos, 3,4% residiam em domicílios sem canalização de água, enquanto no grupo com 60 anos ou mais, a proporção foi de 1,9%. A diferença também surge com relação à ausência de banheiro, sanitário ou buraco para dejeções, com índices de 0,9% no grupo entre 0 a 4 anos, e 0,4% no grupo com 60 anos ou mais.

“Esse panorama está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento. Em todos os 20 municípios brasileiros mais populosos, a população de cor ou raça branca tem mais acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo do que a população de cor ou raça preta, parda e indígena”, afirma Bruno Perez.

Tipos de moradia

O Piauí apresenta a maior taxa do país na parcela de moradores vivendo em casas (95,6%), enquanto esta permanece como o principal tipo de domicílio no Brasil com 84,8% de ocupação. Apartamentos (12,5%), está em segundo lugar, seguido por casas em vilas ou em condomínios (2,4%).

Os únicos três municípios em que os apartamentos superaram as casas são Santos e São Caetano do Sul, ambos em São Paulo, e Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O Distrito Federal é a unidade federativa com maior proporção de pessoas vivendo em residências deste tipo, com 28,7%.

Casas
Piauí tem maior população vivendo em residência no Brasil Foto: Divulgação
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