Um relatório divulgado neste domingo, dia 7, durante a abertura da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), aponta que o período de 2015 e 2022, pode ser o mais quente da história, já registrado.
De acordo com o relatório, os impactos das mudanças climáticas estão se tornando mais dramáticos. O material informa que a taxa de aumento do nível do mar dobrou desde 1993. Os últimos dois anos e meio sozinhos são responsáveis por 10% do aumento geral do nível do mar desde que as medições por satélite começaram, há quase 30 anos.
O documento chama atenção também para a camada de gelo da Groenlândia, que perdeu massa de 26°, com registro de chuva ao invés de neve no mês de setembro. Na Suíça, 6% do volume das geleiras foi perdido entre 2021 e 2022, de acordo com os dados apresentados.
“Já é tarde demais para muitas geleiras e o derretimento continuará por centenas, senão milhares de anos, com grandes implicações para a segurança da água. Embora ainda medimos isso [aumento do nível do mar] em termos de milímetros por ano, isso soma meio a um metro por século e isso é uma grande ameaça de longo prazo para muitos milhões de habitantes costeiros e estados de baixa altitude ”, alertou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
De acordo com o documento, 2022 será “apenas” o quinto ou sexto ano mais quente – mesmo com um raro Lá Niña, que provocou resfriamento e contribuiu para manter a temperatura relativamente baixa.
Apesar disso, a situação não reverte a tendência de longo prazo, que é apenas uma questão de tempo até que haja outro ano mais quente já registrado.
Atualmente, a temperatura média global em 2022 é estimada em cerca de 1,15º [1,02º a 1,28°] acima da média pré-industrial (1850-1900), segundo estimativa do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Abertura da COP27
A COP27, evento da Organização das Nações Unidas (ONU), acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito. Por lá, devem passar cerca de 30 mil delegados de 200 países. O objetivo é discutir detalhes sobre como desacelerar as mudanças climáticas e ajudar países que já sentem seus impactos.