- Polícia Federal afirma que dinheiro usado na eleição tem origem no crime organizado no Piauí
- Alandilson Passos diz ter gasto mais de R$ 1 milhão para eleger a vereadora de Teresina
- Tatiana Medeiros promete vender carro para pagar dívida de campanha cobrada por Alandilson
A Polícia Federal recuperou mensagens deletadas do WhatsApp que revelam uma discussão entre a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) e seu namorado, Alandilson Cardoso Passos. Nos diálogos, Alandilson revela que gastou mais de R$ 1 milhão na eleição de Tatiana em 2024. Ela promete quitar a dívida, afirmando que venderia seu carro. O inquérito afirma que os recursos usados na campanha têm origem em facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas no Piauí.
O Que Aconteceu
- Discussão expõe dívida e origem suspeita dos recursos: Mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que a vereadora Tatiana Medeiros e o namorado Alandilson Passos discutiram sobre o financiamento da campanha eleitoral. A vereadora, em tom exaltado, prometeu pagar a dívida, questionou o caráter do namorado e disse que ia vender o carro.

- Fala Tatiana: “Queria me humilhar por conta dessa migalha, mas eu fico de pé e vou te pagar. Toda discussão tu joga na cara a merda dessa política, mas nunca mais, nunca mais. E tu nunca mais vai jogar na cara. Arrependimento de ter aceito isso. Nunca imaginaria que tu teria esse caráter, mas eu vou te pagar desgraçado”, escreveu Tatiana Medeiros. “Eu vou te pagar. Tudo. […] Vou mandar vender. Meu carro”, completou a vereadora de Teresina.

- Alandilson afirma ter gasto mais de R$ 1 milhão na eleição: Segundo o inquérito, Alandilson Passos afirmou em conversa com um contato que bancou sozinho a campanha de Tatiana.

- PF aponta ligação com tráfico de drogas: De acordo com a investigação, Alandilson estaria ligado ao Bonde dos 40 e seria responsável por financiar operações criminosas. Em outro trecho do inquérito, um contato pede a ele R$ 10 mil para despesas com remessa de drogas, enviando imagem da carga e chave Pix para depósito.
- Votos pagos e padrasto envolvido: O inquérito também cita mensagens de eleitores cobrando pagamento pela votação e aponta que o padrasto da vereadora, Stênio Ferreira, atuava em movimentações financeiras em nome de Tatiana.

- Prisão mantida: A Justiça Eleitoral do Piauí decidiu manter a prisão da vereadora Tatiana Medeiros, detida durante a 2ª fase da Operação Escudo Eleitoral. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (4) durante audiência de custódia no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI). Por ser advogada, Tatiana permanecerá presa no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Teresina.