O piauiense Devani de Souza Duarte, 39, foi preso na segunda-feira, dia 29, no município de Oeiras, a 281 km de Teresina, acusado de feminicídio contra a técnica de enfermagem e socorrista do Samu, Maria Mônica Cajueiro, 35. Ela foi encontrada morta dentro de casa com uma corda no pescoço no dia 13 de setembro, no município de Perobal, no Paraná.
O delegado Gabriel Menezes representou pela prisão preventiva de Devani Duarte, tendo o pedido acatado pela Justiça do Paraná. O delegado alegou que marcas no pescoço da vítima não eram comuns em casos de suicídio – hipótese levantada por Devani Duarte, passando a considerar a possibilidade de feminicídio contra Maria Mônica.
No curso das diligências, o piauiense saiu de Perobal e foi para a casa dos pais em Oeiras. “Diante das suspeitas levantas no local e somada a fuga representei pela prisão temporária”, justificou Gabriel Menezes.
Depois de se apresentar na Polícia Civil de Oeiras, Devani Duarte prestou depoimento e negou a prática do crime, inclusive, alegou que realizou procedimentos para reanimação da namorada, acionou o Samu e justificou que fugiu de Perobal porque estava sendo ameaçado pela família de Maria Mônica.
“Hoje, por coincidência, com a prisão dele, chegou o resultado do laudo pericial complementar. No dia do crime foram feitos dois laudos, um pelo IML e outro pela Criminalística. Os dois laudos apontavam a compatibilidade da cena encontrada com o suicídio. Mas diante das dúvidas que surgiram no curso das investigações pedi um laudo complementar. Esse laudo foi concluído e também aponta que a cena de morte encontrada é compatível com o suicídio”, falou o delegado do Paraná.
Devani Duarte refutou o depoimento de uma testemunha que afirmou ter ouvido o piauiense confessar o feminicídio de Maria Mônica. Ele alegou que pode ter sido interpretado de forma errada, e mais uma vez negou ter assassinado a socorrista do Samu.
“Ele vai continuar preso pelo menos nessa fase inicial. Nós temos agora 30 dias para concluir o inquérito. Vamos procurar novas evidências, vestígios, para somar com o que temos e formar uma opinião indicando se de fato foi suicídio ou feminicídio. O que temos é isso, um depoimento que pode indicar o feminicídio, mas laudos periciais que apontam que pode ser um suicídio”, completou Gabriel Menezes.
O delegado não descarta o feminicídio. “Não podemos descartar por completo, porque existem elementos que indicam nesse sentido. Outro fato que nos levou a cogitar o feminicídio era o contexto familiar. Ele tinha um relacionamento com a vítima há seis anos. Só recentemente ele assumiu esse relacionamento e foi morar com ela. E a partir desse momento começou um conflito dela com a ex-esposa e a filha. Segundo ele, a vítima ameaçava a filha dele. Então esse contexto conturbado somado a outros indícios que poderia ter ocorrido o feminicídio”, finalizou o delegado Gabriel Menezes.
A família de Maria Mônica não acredita em suicídio e uma irmã aponta uma possível motivação para o feminicídio. “Ele tinha um relacionamento com a minha irmã, mas continuava tendo um relacionamento com a ex dele. Tanto é que a ex ajudou com dinheiro pra ele ir embora. Ela quis a separação e em um ato de emoção ele fez o que fez. Foi o meio que ele achou para acabar com aquela situação que ele estava vivendo. Querer voltar para a ex dele e não ter outro meio de desfazer o que ele estava vivendo. Ou minha irmã pediu a separação e ele não aceitou”, disse a irmã de Maria Mônica.
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