O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Piauí (MP-PI), cumpriu nesta quarta-feira, dia 05, três mandados, sendo dois de prisão e um de busca e apreensão, no município de Floriano, a 248 km de Teresina. Os mandados foram cumpridos durante a Operação Arnaque deflagrada pelo Gaeco do Mato Grosso do Sul.
Os policiais apreenderam 15 notebooks, cinco pen drives e dois celulares em um escritório de advocacia em Floriano. A Operação Arnaque cumpriu 39 mandados de prisão preventiva e de 51 mandados de busca e apreensão no Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e Piauí, expedidos pelo Juízo da 4ª Vara Criminal de Competência Residual da comarca de Campo Grande.
No último mês, a investigação tornou réus todos os 39 alvos de mandados de prisão, dentre eles sete advogados, dois vereadores e outros dois servidores públicos, pela prática dos crimes de integrar organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
O trabalho investigativo identificou duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário (praticamente todas as demandas partem da premissa de que empréstimos consignados são forjados).
As organizações criminosas, mediante série de ardis, obtêm procurações de idosos, deficientes e indígenas para, ao final, ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, terminando cerca de 10% dos casos com procedência; quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras.
As investigações revelaram que os crimes, apesar de explorarem pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade. Arnaque (tradução livre do francês: golpe) faz alusão aos métodos fraudulentos usados pelas organizações criminosas para enganar as vítimas no País.
