O governo Lula cortou até julho 934 mil benefícios irregulares do programa Bolsa Família. São beneficiários que diziam viver sozinhos e foram cortados após esse grupo ter “explodido” de forma artificial durante a concessão do Auxílio Brasil no governo Bolsonaro, saltando de 15% para 27% das famílias atendidas pelo programa no País.
A suspeita é de fraude. O número chegou a 5,9 milhões de benefícios unipessoais em janeiro do ano passado, e agora caiu para 4,9 milhões em julho de 2023. O percentual de famílias de duas ou mais pessoas atendidas no programa chegou a 85% e foi para 73%.
No entanto, não houve mudança no perfil das famílias brasileiras – o patamar de casas com apenas uma pessoa ficou em 16%. No Bolsa Família, o valor transferido é proporcional ao tamanho da família – no Auxílio Brasil o valor era fixo, primeiro em R$ 400 e depois em R$ 600.
Na prática, uma mãe com quatro filhos passou a receber menos que um homem solteiro o que fez com que famílias já atendidas fizessem um novo cadastro, como se vivessem sozinhas, para receber outro benefício do Auxílio Brasil.
Novos cortes devem acontecer em agosto. Os beneficiários que afirmam morar sozinhos ainda representam 24% da folha de pagamento do Bolsa Família. O percentual ainda é bem acima do registrado antes do pagamento do Auxílio Brasil.