O Fantástico, da Globo, exibiu neste domingo, dia 10, matéria sobre a Operação Prodígio, deflagrada na semana passada pela Polícia Civil do Piauí que prendeu 30 pessoas acusadas de aplicar golpes bancários, avaliados em R$ 19,6 milhões. O golpe do empréstimo foi detalhado pelo delegado Anchieta Nery.
A matéria descreve o modo de atuação da quadrilha e o golpe que se espalhou por 24 estados do País. Os presos no esquema confessaram ganhar porcentagens de 10% a 20% dos golpes aplicados no Piauí. No entanto, as investigações apontam que a quadrilha ficava com até 40% dos empréstimos falsos – o restante com os correntistas do Santander.
Anderson Ranchel, ex-motorista de aplicativo, é apontado pela polícia como um dos líderes do esquema criminoso. Ele e outros três homens: Ilgner Bueno, Sávio Máximo e Handson Ferreira fraudaram quase R$ 6 milhões do Santander.
O golpe funcionava em duas frentes: em grupos de aplicativos – eles anunciavam empréstimos bancários facilitados, um dinheiro rápido e sem burocracia – e em um corpo-a-corpo, em locais escolhidos cuidadosamente.
- Vídeo: Fantástico mostra operação contra golpe do empréstimo no Piauí
Muitos clientes que contrataram o empréstimo moravam em bairros na periferia de Teresina, onde três dos quatro líderes da quadrilha nasceram e cresceram, e conheciam a maioria dos futuros clientes. Assim, ficava mais fácil convencê-los a participar do esquema.
Depois de recrutar os clientes, era hora de executar o golpe. As contas eram abertas pelo aplicativo do banco; nome e CPF eram verdadeiros, mas as profissões eram fictícias. “Informando uma renda mensal que ele não tinha: R$ 40 mil por mês, por exemplo. Só que, assim que ele abria a conta, recebia um PIX de R$ 40 mil para que o motor de crédito do banco pensasse: poxa, essa renda é legítima”, explica Anchieta Nery.
Os líderes da quadrilha acessavam as contas e forjavam movimentações financeiras para enganar o sistema. Para acessar o dinheiro dos empréstimos, os fraudadores usavam máquinas de cartão ligadas a empresas de fachada. A polícia acredita que o grupo aplicou o golpe do empréstimo por pelo menos um ano e meio, tempo em que acumulou um patrimônio considerável no País.